Cornélio Pires nasceu no município de Tietê, em São Paulo, no dia 13 de julho de 1884 e faleceu em 17 de fevereiro de 1958. Foi um escritor, jornalista, folclorista, poeta e cantor. Seu trabalho de pesquisa e promoção da música, linguagem e cultura geral do personagem “caipira”, ocupa um lugar de destaque pelo seu pioneirismo.
Cornélio iniciou sua carreira viajando por cidades do interior do estado de São Paulo, como humorista caipira. No início do século XX, realizou as chamadas “Conferências Cornélio Pires”, onde realizava encenações de cenas típicas do comportamento do caipira, reunindo violeiros para executarem algumas modas de viola tradicionais, além de pronunciar pequenas conferências sobre a cultura caipira em geral.
Uma dessas conferências se tornou famosa, realizada no Colégio Mackenzie, onde realizou a encenação de um funeral caipira, com todos os costumes e trejeitos atribuídos à celebração em meio às comunidades do interior do estado de São Paulo. É na mesma época que seus trabalhos como jornalista e escritor se iniciam, sendo que sua bibliografia como escritor é exclusivamente dedicada ao estudo e divulgação da cultura do interior paulista.
Com o tempo, suas apresentações tornam-se cada vez mais incrementadas, tomando um aspecto de verdadeiro show ambulante, destinado a percorrer todas as vilas e centros paulistas com suas encenações, piadas, conferências, “causos” e desafios cantados entre os violeiros arregimentados por Pires.
Em 1929, iniciou a produção da “Série Cornélio Pires”, com selo vermelho, pela Columbia Records. Nela figuravam as primeiras modas de viola, sambas caipiras, cururus, cateretês até então gravadas. Ao contrário das expectativas dos empresários, que apontavam para um fracasso de público para essas obras, as gravações se tornaram um dos maiores sucessos da indústria fonográfica brasileira. Depois disso, criou-se a “Turma Caipira Cornélio Pires”, série que inicialmente contaria apenas com seis discos, mas que chegou a 100 títulos diferentes. Logo as outras gravadoras entrariam no rico filão da música caipira/sertaneja, que é até hoje um dos grandes mercados na música brasileira.
A exposição “Cornélio Pires – 90 anos de Música Caipira e Sertaneja no Brasil” no Max ficará aberta ao público de terça à sexta-feira de 08h às 20h e aos sábados de 08h às 18h até dia 06/08. Não é necessário agendar visita.